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Num volte-face, quando eu puder, viro menina-mulher.

terça-feira, 19 de novembro de 2013


   Estar apaixonado é, grosso modo, envergar uma epiderme desenhada. É não entender que essa fronteira ilusória existe aliada a esse sentimento tão espesso. O sentir do amor (em todas suas formas), per se, nunca será falso, pois se sentido já. E o mesmo não se podendo garantir do objecto que, falseado ou não, se muda...  É aproximar de uma fogueira apagada, cujo o calor se sente ainda ao desabrigo da noite. As toras que a arderam foram tantas; e apesar de ter havido um par de achas mais valentes ou outro de mais medíocres, o calor é a evidência. 
   Eu não deixei de acreditar em paixões honestas e singulares, mas acredito nelas às vezes,... quando me apaixono. Já li o melhor livro do mundo quatro vezes, mas só dei um melhor beijo. Isto é tudo de uma mariquice muito mais que inconstante, penso. E a unicidade, o maior, o melhor, o mais, são bestas do nosso desassossego hipócrita, esboçadas e coloridas por nós.
   Galhardo bicho, o humano, que se dá a este luxo de se auto-iludir-desiludir. 
   E contraditória mesmo, é a acção de dissertar sobre essa fugaz ideia da paixão; que em se mantendo, será irremediavelmente julgada por "amor", e em se quebrando perderá o estatuto outrora recebido da esperança. A paixão é só, agora. Ontem foi engano, amanhã é outra coisa "mais". 
   E pensar assim, moldando-A a uma caixa de fósforos, é profundamente decapante.